04 novembro 2007

FREAKAST

Bem, já que você veio até aqui, pra não sair de mãos abanando, vai a dica do podcast que eu faço com Pablo Peixoto, Ricardo Schott e Leonardo Bomfim: http://freakast.weblogger.com.br
Tudo sobre música ao toque do seu mouse! Aposto que vocês vão gostar!

28 agosto 2007

As Crônicas de Artur: O Rei do Inverno

Não tenho o hábito de escrever análises literárias (na verdade, essa é a minha primeira), mas dessa vez me senti compelido. Apesar de eu ler com uma certa frequência, fazia tempo que não tinha em mãos um livro tão bom e tão envolvente, e que me desse tanto prazer de ler.

"O Rei do Inverno", de Bernard Cornwell, é o primeiro volume de uma trilogia, Crônicas de Artur (The Warlord Chronicles), bem conhecida até, mas que até então não havia tido a oportunidade de ter em mãos. A contra-capa do livro o vende como o relato mais preciso e históricamente acurado da figura do Rei Artur - o que é não é bem assim. Sim, o livro é o retrato mais "realista" da lenda de Artur (que existem indícios de ter existido), mas o próprio autor admite as liberdades criativas que toma, nas últimas páginas do livro, como anacronismos deliberados ou inclusão de personangens fictícios.

Como realista, entenda-se a ausência da parte "fantasia" da história. Sim, temos Merlin, que é um druida temido e sábio. Mas não existe mágica de verdade: Cornwell usa o ponto de vista do narrador da saga para causar a sensação de que feitiços poderosos são invocados, mas se têm algum efeito, conseguimos ver claramente que é por truque ou coincidência, embora o narrador acrescente paixão ao relato, como se realmente estivesse acreditando nos poderes místicos.

Aliais, o narrador em si é um ponto muito interessante da obra. Embora o foco da saga seja Artur e a Britânia do seu tempo, ela acaba mais centrada nesse narrador, Derfel Cadarn, guerreiro e amigo de Artur. Derfel conta os eventos que leveram seu senhor a retornar ao reino de Dumnônia, conta como começou a lutar a seu lado, mas existem várias passagens distantes de Artur, só Derfel. O que não é um defeito, pois o próprio narrador é um personagem fantástico, e de grande importância aos eventos.

Por falar em personangens, belo trabalho de Cornwell nesse aspecto: todos são excelentes, bem desenvolvidos, e humanos, embora o autor tenha incluído alguns twists... Lancelot, por exemplo, que é tido como um fiel e bravo cavaleiro nas outras versões da saga, aqui é um covarde, com o poder da manipulação, que suborna bardos e poetas para inventarem grandes feitos seus, transformando-se num grande herói só com o poder da palavra. Artur, que nunca chega a ser realmente coroado rei, mas assume o governo da Dumnônia enquanto protege o rei infante, embora justo e honesto, não possui aquela aura do herói perfeito - comete erros, e praticamente sozinho provocou uma guerra sangrenta entre os reinos... e o melhor personagem, infelizmente, é o que aparece menos: o próprio Merlin, sábio, genial, ora arrogante, ora egoísta, mas sempre aparecendo de forma triunfal e fazendo brilhar todos os seus momentos.

A narrativa de Cornwell é apaixonante e cativante, dá pra ler umas duzentas páginas de uma tacada só (foi o que eu fiz, com as últimas páginas do livro). O relato é brutal e violento, como provavelmente realmente foi a Idade da Trevas, e mesmo os personanges que temos como "bons", nem sempre fazendo que seria moralmente correto hoje, mas foi moralmente correto naquela época.

Enfim, uma das melhores coisas que eu li em um bom tempo, e já iniciei a leitura da segunda parte ("O Inimigo de Deus").

20 agosto 2007

A Santa Ceia cover

Uma coletânea de versões da Santa Ceia. Uma homenagem anacrônica à festa mais famosa de todos os tempos.





17 agosto 2007

Preparem-se para a Guerra de robôs! (Agora no Mundo Real)

E parece que a criatividade na guerrilha urbana acabou: o exército americano está apelando para robôs teleguiados e armados para a boa e velha "vigilância" no Iraque. Certo, isso parece coisa do Cocadaboa, mas até aqui não posso negar que as fontes são confiáveis. De acordo com matéria da Wired, a meca da cibercultura, e endossada por um vídeo (logo abaixo) do Discovery Channel, estão sendo utilizados três robôs teleguiados em campo de batalha.

O bichinho, com o nome singelo de S.W.O.R.D.S., é equipado com cinco câmeras, fuzis automáticos, anda como um tanque e lembra até o simpático robozinho de filmes do anos 80, o Johnny 5 (tirando a simpatia). Não podemos esquecer que os acessórios podem variar: uma bazuca ou um lançador de granadas no lugar do fuzil. Ele serve ainda para desarmar minas terrestres (função original) e anda até debaixo d'água - um primor de utilitário.

Agora, o que me perturba profundamente, é a falta de cultura desse povo da engenharia robótica e afins. Será que eles nunca assistiram Robocop? será que eles nunca ouviram falar Exterminador do Futuro? Blade Runner? Eu Robô? Matrix?!? É claro que isso vai dar merda, óbvio como dois e dois são quatro. A matéria da Wired conta:
"As máquinas tiveram uma tendência girar fora do controle de tempos em tempos. Aquilo era uma perturbação durante missões de manipulação; ninguém queria contemplar as conseqüências durante uma troca de fogo."
Agora, em compensação, os viciados em Counter-Strike vão dizer para suas mães: "viu, eu não disse que não era tempo perdido?" Alías, esse post devia levar a tag empregos.


Gracias: Governabilidade

14 agosto 2007

John Howe, o artista da trilogia 'Senhor dos Anéis'


Para quem curte artes gráficas (independente dos filmes) esse cara é uma referência importante. Nascido no Canadá e hoje morando na Suíça, ele desenha cenas do livro Senhor dos Anéis desde os dezesseis anos, em trabalhos majoritariamente de aquarela. Ele deu uma entrevista (em inglês) excelente para a LCS, que está recheada de imagens do cara.

Se não souber inglês vale ao menos pelas imagens.

12 agosto 2007

G.I. Joe!

Os nerds com mais de vinte-e-cinco anos (meu caso), com certeza irão lembrar de um desenho da década de 80, que passava no show da Xuxa, baseado na melhor linha de brinquedos da história da humanidade (pelo menos enquanto a gente é criança), Os Comandos em Ação. O que eu não lembro muito bem, mas parece que existia, era uma série de Public Service Announcements, com os personagens do cartoon apresentando mensagens educativas para as crianças. Não sei se passava no fim do episódio, ou se esses clips só existiam lá fora.

Mas na verdade estou querendo chegar é aqui: o que acontece quando esses P.S.A.s caem na mão de alguém com muito tempo livre e pouca sanidade mental? O resultado está na compilação de vídeos que vocês veêm mais abaixo. O cara redublou esses anúncios, para fazer paródia, mas usando um tipo de humor absurdamente nonsense (meu tipo de humor predileto). Eu achei a coisa mais engraçada a surgir na internet em muito tempo, ainda sinto dores na barriga causadas pelo excesso de gargalhadas... mas vale lembrar a vocês antes que eu tenho um senso de humor absolutamente bizarro - eu não acho a menor graça no Borat, por exemplo. Vejam por sua própria conta e risco.

"Don't give him the stick! Don't give him the stick!"


08 agosto 2007

Heróis da ciência

Lembrando que o primeiro item do nosso top 10 Nerd Wannabe, fiquei procurando alguma coisa que se encaixasse. Bom, não achei nada que chegasse perto na imensidão da internet (não que acredite que não exista), mas se considerarmos que isso significa, em última instância, que queremos ter superpoderes, não estamos tão distantes assim. Calma, não se animem demais, ninguém vai sair soltando raios pelos olhos ou qualquer coisa desse tipo, mas a ciência avança a passos largos.

Duas coisas realmente me interessaram. A mais recente, é invenção de uns ingleses, trata-se de um dispositivo pequeno, parecido com um pião, que flutua. Isso mesmo, prezados, agora eles finalmente estão prontos para as plataformas voadoras e todas essa coisas que podemos resgatar da cultura sci-fi. De acordo com a matéria de onde fiquei sabendo disso, eles parecem realmente voltados para isso.

A outra coisa, be mais antiga, é ainda mais legal: inventaram uma capa invisível. Bem, na verdade parece mais uma jaqueta com capuz, mas tem uma foto na matéria que, apesar de umas certas falhas, mostra que o negócio é real e a intenção era construir paredes que só fossem visíveis de um lado. E isso foi em 2004 no Japão, imagina como isso não deve ter avançado hoje. Lembrei na mesma hora que quando tinha oito anos, meu sonho era ter uma pra poder entrar no vestiário feminino.

Bom, agora estou quero óculos de visão raio-x e a armadura do homem de ferro.

05 agosto 2007

Para não se perder na Internet II

Bom, parece que aquele monte de mapas gringos que falei semana passada deu repercussão aqui no Brasil. Ao menos foi feito por um dos cara mais competentes pra isso, o Dahmer. Então, com vocês, o Grande Mapa Dahmer da Blogosfera Brasileira.

31 julho 2007

TV Aberta

Após uma longa ausência causada por motivos técnicos (alguém tem uma placa mãe extra para me ceder?), estou de volta com uma pilha de assuntos para tratar. Antes de falar sobre os filmes que estragam os pequenos nerds e fazer uma avaliação dos principais RPGs de super-heróis que estão no mercado, hoje tratarei do que há de melhor na programação da TV para os pobres.

A TV aberta é freqüentemente acusada de ser péssima, de ser responsável por toda a bossalidade do nosso povo. Eu não acho que é por aí. Não tenho TV por assinatura em casa. Só tenho contato com TV à cabo quando estou na casa de minha namorada. E como estou por conta de redigir minha dissertação, passo o dia todo em casa, com a TV ligada. Por isso, com o tempo, eu acabei achando algumas pérolas na TV.

De manhã (todo mundo sabe que o mundo só começa a existir às 10h59, logo "manhã" é de 11h à meio dia e meia), a melhor pedida é deixar no SBT e ver o "Bom dia & Companhia". Sim, aqueles garotos são insuportáveis. Sim, aquelas brincadeiras são imbecis. Sim, aquela roleta é viciada sempre dando Jogo da Vida pra quem quer Playstation, mas ainda assim vale a pena, pois os melhores desenhos animados passam aqui. Destaque para o fantástico Liga da Justiça Sem Limites. De lá, assisto "Um menino muito maluquinho", na TVE, que é um programa inteligente e divertido para quem ainda está meio grogue.

Depois do almoço (ou café da manhã), uma passada pelos programas de esportes: "Globo Esporte" e depois "Jogo Aberto", na Band, que tem a vantagem de só tratar de futebol carioca (ao menos aqui) e ter comentários crássicos de Gerson, o canhotinha de ouro. Depois vá pro SBT e encare uma maratona de seriados sobre famílias negras, que culmina com o divertido "Eu, a patroa e as crianças", que é a tradução de "My wife and kids". Quando acaba já são quatro da tarde, e com sorte você terá algo interessante na globo. Mais ou menos uma vez por mês, será "Curtindo a vida adoidado", "Curso de verão", "Trânsito muito louco" ou algum outro dos filmes eternizados pela Sessão da Tarde.

No final da tarde, a melhor opção é "A escolinha do Golias" no SBT ou os desenhos do Pica Pau na Record. Os dois são ótimos pra nos lembrar de tempos mais fáceis. A grande novidade é a re-estréia da Família Dinossauro, na Band, às 20h15. Depois, eu apelo pra um filme em DVD, que nem sempre é muito melhor do que as novelas. De madrugada, apesar de ser uma merda, volta e meia eu assisto o Jô. Uma boa opção ao gordo são as séries do fim de noite do SBT. E depois, o Intercine proporciona o melhor para os ainda acordado, com filmes recusados até mesmo pelo Supercine.

Desligue um pouco o receptor da Net! Desplugue a Sky! Deixe a Direct TV descansar! Venha pra TV aberta.

E pra dar saudades:



A musiquinha do hippie já diz tudo: "Eu não vou trabalhar! Eu não vou trabalhar!"

24 julho 2007

Storm "funky" Trooper



Bom, tá na cara que é mais uma dessas coisas de marketing viral, mas não deixa de ser engraçado.

23 julho 2007

Para não se perder na Internet

Achei dois mapas, que juntos resolvem muitas perguntas sobre como que é esse negócio de navegar, pra onde ir, e como não se perder.

O primeiro veio do xkcd (blog de tirinhas, como o do nosso célebre amigo Salimena). Serve para quem está afim de aplacar a solidão navegando nos mares da rede. Uma metáfora profundamente brega, mas o negócio é curioso, principalmente notando a "rosa-dos-ventos".



O outro é para quem gosta de ir apenas pelos grandes portais, e a metáfora do mapa de metrô funciona bem nesse caso. O mais legal desse mapa é que ele é muito completo e complexo, dá pra se perder facilmente nesse metrô. (Serve ainda pra ensinar o que é um metrô de verdade para quem só andou nesse meio de transporte no Rio, onde as linhas fazem um X.)



Quem curte mapas e coisas assim, vale muito a pena visitar o Strange Maps, um blog dedicado exclusivamente a essas esquisitices.

Fonte: #Comments

20 julho 2007

Harry Potter vazou!

E para quem viu assombrado o esquema de segurança, em que eles enfiaram o livro em um Fort Knox genérico, e achou que não tinha a menor chance de um esquema gigantesco desse furar: meus pêsames, isso aqui é a internet.


De qualquer forma, devo agradecer profundamente ao povo da BBC Brasil, que fez uma matéria sobre os spoilers que estavam rolando na imprensa americana, e que a JKR reclamava feito banqueiro durante assalto. Bom, daí é fácil, se alguém tem o livro antes da hora, é fato que já devia estar na rede.

Fui conferir no torrent e achei um pdf e um arquivão de fotos, pra provar que não é só fanfiction. Chega a ser engraçado imaginar o cara fotografando sua mão segurando o livro a cada página, como se aquilo fosse um momento histórico.

Quem estiver mais interessando na resenha do livro vai ter que esperar um pouco mais, mas até agora (estou no capítulo 6) posso garantir que não deixa a dever para nenhum dos anteriores. Qualquer coisa a mais seria puro spoiler, então fica para o próximo post.

Agora, quanto às questões legais envolvidas, eu nem sequer me interesso em discutir aqui.

Quem quiser o baixar o livro, clique aqui, e quem for muito desconfiado para ler o troço inteiro na tela sem ter certeza, é só fazer o mesmo exercício de comparação que eu fiz baixando as imagens do livro aqui.


Atualização: Link para outra matéria da BBC Brasil, essa sobre o esquema de segurança.

08 julho 2007

Nem é um post ainda, é só uma notinha

Tudo bem, num post anterior eu gastei um tempo desancando a Guerra Civil, nova saga caça-níqueis da Marvel Comics. Porém, em sua estratégia de divulgação eles fizeram um gol de placa: já está disponível nas melhores comic shops uma edição do Clarim Diário que tem a guerra como manchete principal. E a capa é totalmente realista, sem nenhum selo ou linha que dê pinta que se trata de uma propaganda de quadrinhos. Fala sério, amigo nerd: Você nunca quis ter um exemplar do jornal onde trabalhava o Homem Aranha?! E o melhor é que custa só meio real. O meu já tá aqui, e vai parar num quadro que decorará minha Home, Nerdy Home.

06 julho 2007

O Inebriante poder do Mestre - Parte 2

Atenção: este post contém imagens que podem não ter NADA a ver com o conteúdo.

Estamos em 98, quando eu era jogador.

O paladino à minha esquerda tinha a Espada dos Desejos Infinitos. À minha direita, um clérigo usava a Armadura de Proteção Absoluta. Enquanto eu sangrava e via a morte lamber a quina de todas minhas jogadas de ataque, os outros jogadores formavam um grupo à parte, mais preocupado em pensar em qual dos 30 itens mágicos deveriam usar.

Eu, então, me perguntava: o que estou fazendo de errado?

Não tardei a descobrir que se tratava de suborno. Sujeira, desonestidade... palhaçada. Era isso. Dava-se algo ao mestre e a recompensa voltava em itens mágicos.

Na época da Páscoa, como diria Lobão, a vida era mais doce. O Mestre engordava uns 5 quilos e os itens mágicos se multiplicavam como coelhos sendo filmados por Buttman.

E vem aquele máxima: se não pode vencê-los, junte-se a eles. Por uma mísera caixa de bombons, ganhei uma dente quebrado que, vejam só: me dava alguns d8 de cura SEM GASTAR AÇÃO.É, a caixinha amarela da Garoto salvou várias vezes a pele de Anaconda, a Guerreira-Cobra (pare de rir do nome, eu tinha só 14 anos)

Mas não estou aqui para criticar esse ato, e sim para reclamá-lo... sim, hoje em dia o Mestre é pior do que um subordinado, cuja função se resume a criar aventuras, não importando se o prazo é curto ou se a inspiração está escassa.

A verdadeira palhaçada está aí: já dei muito chocolate pra Mestre, mas, agora, cadê meu Charge? É triste, mas chegamos no nível em que pegar uma reles esfiha do Habib’s já é motivo de motim!

Deixo aqui minha revolta. Quero o retorno de subornos. Quem não quiser ser o único jogador a não acertar o Lord Norrington III porque não tem espada mágica, pode se preparar pra ir pra Bomboniere.

04 julho 2007

Quadrinhos nacionais

Eu sempre tentei apoiar os quadrinhos nacionais. Não os quadrinhos de humor, que não precisam de meu apoio (justamente por serem ótimos). Nem os quadrinhos infantis, já que a Turma da Mônica e O Menino Maluquinho estão mais do que consolidados. Estou falando de Quadrinhos de Super-Heróis. Tenho várias, como a Hermética (de Juiz de Fora, uma única edição, com desenhos péssimos e histórias ainda piores), a Brado Retumbante (Tenho os dois primeiros números, repletos de heróis sem carisma em histórias mal escritas e com desenhos horrorosos, mas com um discurso interessante) e sempre busco na internet pra ler o que vai saindo (Até gostava do "Foice Negra", publicado na "Alta Voltagem", revista que logo sumiu, e admiro o "Leão Negro", apesar de achá-lo incrivelmente chato). Porém, nunca vi nada que saltasse os olhos ser publicado (o melhor mesmo eram as versões modernas das fábulas brasileiras, desenhada pelo meu amigo Pedrinho da Babilônia).


Porém, hoje eu li um quadrinho nacional maneiríssimo de onde eu menos esperava, do mundo Funk. E o melhor, essa pérola é distribuída de graça na Internet. A parada atende pelo singelo nome "Break do Caveira". Desenhos bacanas, que exploram bem o cenário carioca, com uso da mitologia afro. Enfim, pode não dar em nada, mas pelo primeiro número, promete. Pra baixar, clique aí na figura:


Está em PDF, mas se você é esperto e quer ler com o CDisplay (Melhor programa pra ler quadrinhos no computador! Baixe aqui!), use ESTE programa pra converter de PDF pra CBR. Dispa-se dos preconceitos e leia!
PS: Eu ainda estou esperando meus exemplares do "Raio Negro #1 e #2" e o primeiro número do "Defensores da Pátria". Assim que eu tiver lido, comento aqui.

03 julho 2007

Identidade Secreta

Olá, nerdaiada. Agora que já fizemos uns tópicos genéricos que podem ser degustados por semi-nerds, eu estou a fim de pensar questões mais profundas.


Eu adoro quando o acaso me dá de bandeja links óbvios. Essa semana eu tive um desses. Ontem eu acabei de ler as 87 revistas que já estão rolando traduzidas na Net e que fazem parte da Guerra Civil, o maior evento do ano na editora de Stan Lee e que começa a ser publicada em terras tapuias mês que vem. Até aí, nadavê. Mas por um acaso, eu emendei e comecei a ler a mini "Crise de Identidade", da DC, lançada em 2005. E aí percebi que um fio ligava as duas. As duas são sobre as identidades secretas, e isso nos mostra como as duas editoras lidam com o tema.

Antes de começar, preciso deixar claro que fui criado na escola da Marvel. Meus primeiros quadrinhos foram os do Homem-Aranha (até tenho uma teoria sobre isso, sobre a qual posso falar outra hora) e já devo ter colecionado todos os títulos da editora (menos Hulk, porque eu acho o "Golias Esmeralda" um tanto péla). Já minha relação com a DC sempre foi conturbada. Apesar de meu personagem favorito dos quadrinhos ser dessa editora, eu sou mais um da imensa legião que acha o Super Homem um porre e do seletíssimo grupo que acha o Batman um Zé Ruela. Acho que por isso, toda vez que a grana aperta, os títulos mensais da DC são os primeiros a serem limados de minha lista de compras.



Isso quer dizer que a "Guerra Civil" é muito melhor do que a "Crise de Identidade". Eu também pensei que seria. Mas estava enganado. Não vou ficar dando detalhes das tramas, mas posso dizer que a série da DC consegue, em 7 edições, mudar não só o futuro dos personagens como também a maneira como se enxerga o passado deles. Há um trabalho apurado para mostrar que mesmo os mocinhos tem que sujar suas mãos algumas vezes. O engraçado é que era exatamente essa a promessa da Marvel com sua saga. Porém, na Casa das Idéias, temos uma infinidade de Tie-Ins que acrescentam pouco ou nada, e uma lição de moral bastante controversa no final. Enfim, se tiver que gastar seus caraminguás, fique somente com as edições dos títulos "Guerra Civil" (que narra os principais eventos - mas só vale a pena até a quinta edição das sete totais), "Frontline" (que conta a Guerra no ponto de vista de dois jornalistas, e é bastante bacana até a penúltima - na última eles estragam meu herói - Ben Ulrich - o cara que me fez escolher a faculdade de jornalismo!) e "Homem Aranha". O resto, ignore. Passe longe do Quarteto Fantástico. Delete os Thunderbolts. Se você ainda vai ler, siga esse meu conselho.


Mas, se você já leu ou nem vai ler, veja esse comentário. Desse ponto em diante, eu posso falar alguns spoilers. Se quiser ler, marque o trecho, por sua conta e risco.

O final da saga é ridículo. O Capitão América praticamente assina o contrato que diz que sim, é preciso sacrificar a liberdade em nome de uma segurança controlada pelo governo. Odeio jogar política na equação, mas o que começou como um forte protesto contra as política pós-9/11 acaba com um sonoro "Eles estão com a razão". A postura do Capitão no último número da série contradizem tudo o que ele havia feito nas outras seis revistas, e que havia feito todo mundo admirá-lo por não ser simplesmente um soldado imbecil. Após a série, ele sofre um atentado e morre. Por causa do número #7 do Civil War, um monte de gente - inclusive eu - está torcendo para que ele permaneça assim (embora todo mundo saiba que não vai...). Em Frontline, vemos dois repórteres íntegros por toda a história da Marvel descobrir que todos os eventos da Guerra Civil haviam sido planejados por Tony Stark, que encheu as burras de dinheiro, virou diretor da S.H.I.E.L.D. e implementou suas idéias de registro para os super-seres. Ao invés de botarem a boca no mundo, ou ao menos tentarem e serem frustrados pelo poder de Stark, os dois vão lá e dão os parabéns ao latinha! Uma verdadeira apologia ao facismo (e não estou falando de concordar ou discordar com Bush, mas sim de um herói agir de maneira muito mais podre do que a maioria dos violões agem.) Enfim, é uma saga mal amarrada, que se causar alguma mudança no Universo Marvel é pra pior. Ainda mais que meu amigo Raphael Salimena disse que nos EUA já saiu uma história de que os Skrull teriam, há um tempo atrás, substituído alguns heróis e vilões. Não dou seis meses pra voltar tudo ao que era. A única coisa que realmente está valendo a pena na Casa das Idéias é o Universo Ultimate.

Se você não quer gastar seus cobres, aí vai um link pra baixar Civil War:

http://civilwar.4shared.com/

E um pra baixar "Crise de Identidade":

http://ptkomics.blogspot.com/2007/01/crise-de-identidade.html#links

Abraços!

02 julho 2007

Home, nerdy home.

Taí um assunto que não é abordado todo dia: a decoração nerd.

Achou esquisito, padawan? Então lembre-se de quanto tempo passaste só na última semana mudando a pose das dezenas de action figures da sua estante. Ah, além dos bonecos (ou hominhos, se preferir), você procura fazer combinações com pilhas de livros e pôsteres (ou é pôsters, sem o e?) de cultura pop? Bom, com o perdão da rima, é fato: querendo ou não, o nerd tem sua decoração. Pensando nisso, o Comic Book Resouces, uma das maiores referências em sites de HQ do mundo, criou uma seção onde os artistas dos quadrinhos mostram seus estúdios, e, às vezes, suas casas: algo como um Cribs nerd. Essas fotos são da residência do grande Mike Allred, o biruta responsável pela arte da saudosa X-Force de Peter Milligan, que depois virou X-táticos. Quem já viu o trabalho do cara (se não viu, corrija), logo repara que a casa nada mais é do que a versão concreta da atmosfera pop dos seus desenhos. Reparem na quantidade de quinquilharias! E nas páginas originais da EC Comics, emolduradas e penduradas em seqüência na escada.
Entendi por que o Allred tem fama de recluso. Aí até eu!

Bom, essa foi só uma amostra. Confira toda a seção Studio Tours, e conheça os estúdios de Joe Quesada, Frank Cho, David Lloyd e os brazucas Moon e Bá, dentre outros. Fiquei especialmente emocionado ao ver no estúdio do Mark Millar, um dos meus roteiristas favoritos, um pôster da minha banda favorita, o Queen. E o cara ainda diz: "Eu não apenas amo o Queen, eu odeio todas as outras bandas". Quando jovem, ele amava tanto a banda que não acreditava que Freddie Mercury era gay. Grande Millar.

Anima Mundi

Para os nerds da animação a notícia deve ser mais do que óbvia, mas é chegada a época do ano em que desenho animado deixa de ser coisa de criancinhas e passa a ser levado a sério: é o Anima Mundi 2007.

No Rio, ele começou dia 29/06 e vai até 08/07, e em São Paulo ele vai de 11/07 a 15/07. A edição deste ano conta com 368 filmes de 42 países. Para quem não conhece o evento (shame on you!), trata-se simplesmente do maior festival de animação da América Latina (quando dizem isso é porque os Estados Unidos sempre barram), um dos maiores do mundo.

Vale a pena conferir alguns vídeos disponíveis no site oficial.

Desnecessário mesmo, depois de tanta rasgação de seda, e é dar a dica do link da programação em pdf.

Pra não ficar só nas dicas, segue um curta pertubado.

30 junho 2007

Depois que a gente experimentar isso aqui, finalmente poderemos morrer como pessoas realizadas

Alguém aí já jogou Wii? Se você ainda não experimentou essa maravilha tecnológica, arrume um jeito de experimentar agora. Se você não sabe nem do que eu estou falando, shame on you! (mas eu explico assim mesmo): O Wii é o videogame de nova geração da Nintendo, que ao invés de seguir a estratégia da Microsoft e da Sony de fazer um hardware capaz de processar gráficos motherfuckers, a inovação dele vem do controle. O Wii abandona o controle tradicional, por um controle remoto com sensor de movimento. Sim, meus amigos, é isso mesmo: você faz o gesto e o bonequinho repete na tela. Eu tive a felicidade de experimentar na casa de um amigo, joguei um joguinho com vários esportes, como Tênis, Golf, Baseball, Boxe... esse último por exemplo, você segura o Wiimote em uma mão e a outra parte do controle, o nunchuck, na outra, e fica socando o ar que o personagem na tela repete igualzinho o que você faz, até o bloqueio e a esquiva.


Até aí tudo bem, mas o que justifica o título desse post? Bem, isso. A LucasArts está trabalhando num jogo para o Wii em que VOCÊ UTILIZA O REMOTO COMO SE FOSSE UM SABRE-DE-LUZ! Já pensou? Eu quase CHOREI quando li isso. Quando esse jogo sair, um arrumo um Wii pra mim, nem que seja roubado. Amigos, não se trata simplesmente de ficar sacudindo uma réplica pelos ar e fazendo o som de "zum! zum!" com a boca, mas sim de efetivamente PARTICIPAR DE DUELOS DE SABRE-DE-LUZ! AAAAAAAAAAAAAHHHHH!

Enquanto o jogo não é lançado, inspirem-se nesse jovem rapaz e sua dedicação com a "arma elegante para uma época mais civilizada" (ok, eu sei que o vídeo é velho, mas é bom lembrar por que é assim que você vai ficar quando jogar Star Wars no Nintendo Wii):



28 junho 2007

Top 10 - Nerds Wannabe

Antes de fazer este post comentei com o Salimena (criador do Blog) a respeito de fazer um top10 de algo. Ele me disse: "que ótimo, Nerd adora listas!".

Era o incentivo que eu precisava. Agora, sem mais delongas, eu apresento...

As 10 coisas que os Nerds mais querem ser:

10 - Figurante em filme de George Romero

9 - Pai do Enzo

8 - Escritor

7 - Game Designer

6 - Criador de um novo e revolucionário sistema de RPG

5 - George Lucas

4 - Colaborador de um blog nerd (NOT!)

3 - Roteirista/Diretor de alguma adaptação de quadrinhos

2 - Não-virgem

1 - Mutante

Claro que posso ter errado ou esquecido um ou outro, mas, basicamente, é isso aí.

25 junho 2007

Nerds in Bollywood

Alguns dias atrás, minha namorada mudou minha vida, sem querer. Não, não é a minha vez de ter um pequeno Enzo. Ela me mandou o link pra isso aqui:

Incrível, não? Talvez essa seja a melhor dança já inventada, e o refrão não fica atrás. Ao que parece foi um sucesso no ano passado, mas nós não vimos nem sombra.

- "E o que isso tem a ver com nerdice?"

Nada, padawans. Mas dêem uma olhada nisso aqui:

Antes de começar esse blog, nós quebramos a cabeça para definir o termo "nerd", sem muito sucesso. E esse vídeo traz a resposta. Cada movimento do original foi reproduzido aqui, por pessoas gordas de óculos (tá, só tem um assim, mas ele rouba a cena, não?). Sem falar que o verdinho é um puta sósia do Presto.

Heresias


Talvez os leitores não saibam, mas eu e o Salimena (também colaborador deste Blog) somos os autores do premiado (vá lá, foi só um Prêmio, mas já é alguma coisa) curta-metragem "O evangelho segundo São Judas Iscariotes (em breve no You Tube). Pois bem, desde aquela época, me tornei viciado em tudo quanto é bobagem feita sobre religião, como "A Vida de Brian", "Dogma" e até mesmo o filme do Padre Marcelo Rossi (além dos filmes sérios, mas isso é assunto pra outra hora. Recentemente, encontrei esse joguinho que disponibilizo aqui para a diversão de todos.

O nome da brincadeira é Bible Fight e tenho certeza que proporcionará horas de alegria botando Jesus, Moisés, Maria, Eva, Noé e Satã para se pegarem. Os golpes, cenários e músicas te colocam numa atmosfera celestial para sentar a borduna no adversário.

Então, aproveitando o clima sagrado que estou, posto também essa pérola que encontrei no You Yube.

Até o próximo post, amigos!

24 junho 2007

O Inebriante poder do Mestre: temos esse direito?

Técnico da Seleção Brasileira, Presidente da República ou Mestre de RPG? Qual destes três ofícios é o que mais sofre pressão?

Como qualquer viciado em D&D, tenho certeza de que é o último.

Se as batalhas são mortais, o mestre é contra os jogadores; se são simples, não há emoção. Se a sessão é curta, “não deu nem pra esquentar”; se é longa, os jogadores têm que trabalhar na manhã seguinte.

Quando a aventura começa, todo o peso está sobre seus ombros: se deu certo (ou seja: se todos sobreviveram), o mérito é dos jogadores, porque interpretaram bem. Se deu errado (alguém morreu) a aventura foi mal estruturada.

É por isso que levanto a questão: depois de todo o trabalho, dificilmente somos recompensados - sempre tem um jogador pela-saco reinvindicando alguma babaquice.

Mas... o Mestre é o mestre. Ponto final. Se só o Galactus detém o poder cósmico - e o poder cósmico é tudo que você quer ter -, então o Mestre é aquele que mais se aproxima dos conceitos do pai do Enzo (se você não faz idéia do que estou dizendo, consulte o post “Sobre Galactus...”).

E, como detentores de tal poder, fica a pergunta: temos o direito de usá-lo? Eu digo que sim. De fato, devemos é abusar. E eu vou relatar um bom exemplo de como fazê-lo.

Inevitável


Uma vez passei duas horas trabalhando em uma aventura. Mapa, charada, batalhas... tudo foi perfeitamente estruturado. Daí, um jogador faltou à sessão e não avisou. Grupo pequeno, cancelamento imediato. Os outros jogadores reclamam (cancelar sessão é algo que não existe neste meio, vocês sabem), eu fico puto por ter que gastar a aventura sem todos os jogadores presentes, mas, mesmo assim, a sessão rola - tosca e tensa, mas rola.

Porém, o poder cósmico queima ao lado do d20 azul, e eu tenho pena de quem tenta sacanear o Mestre.

Na próxima sessão, o jogador faltoso recebe a seguinte notícia: “Magellan, na última aventura, você se voluntariou para ser o grande homenageado da Vila Fag - onde, em uma celebração pública, teve a honra de ser penetrado por um cabo de 12 centímetros de diâmetro por todos os 452 habitantes enquanto amarrado a um poste na Praça Central. Hoje, seu ânus dói e sua armadura tem um brilhante arco-íris desenhado.”

O jogador fica puto, joga de cara fechada e você pensa: cara, ser Mestre dá trabalho, mas são momentos assim que me fazem querer continuar...

Em outros posts, contarei de outros abusos. Por enquanto, fique com o mapa-guia (atente-se para meu talento no Paint) da Aventura 15 - Inevitável.

23 junho 2007

George Lucas in Love

Trata-se de um clássico da FanFic, mas é sempre bom relembrar, e não podia deixa passar a deixa Star Wars aberta pelo Dario, logo abaixo.

Enjoy!

22 junho 2007

Obi-Wan Kenobi: aquele velho filho-da-puta (I)

Todo mundo que já assistiu a trilogia clássica Star Wars alguma vez na vida (e se você nunca assistiu, saia deste blog IMEDIATAMENTE) já deve ter parado para se perguntar em algum momento se não há algo de muito estranho nos dizeres do velho Kenobi, por que ele está sempre se contradizendo, ou contradizendo eventos passados. Sob olhares mais atentos, contudo, percebemos que não se trata de simples contradição, mas mentira deslavada.

Sim, amigos nerds. Obi-Wan é um mentiroso safado.



Senilidade? Os sóis de Tatooine e os anos de isolamento fritaram o cérebro dele? Quem sabe. De qualquer forma, achei que estaria fazendo um serviço de utilidade pública aqui (ok, não tem utilidade nenhuma nisso) ao compilar as maiores cascatas do velhote.

Vamos a elas:

Eu não me lembro de possuir nenhum dróide: nínguem pode alegar que é simples esquecimento. Tudo bem que na prática, Obi-Wan nunca teve um dróide DELE, mas ele já esteve por um bom tempo na companhia do R2, inclusive quando conheceu o Anakin. E ele tinha aquele dróide no caça que ele pilota em RotS (esqueci o nome). Mas essa ainda é a mentira mais passável de todas.

Seu pai queria que você tivesse esse sabre-de-luz quando fosse velho o bastante: HAHAHAHAHAHA! Vê se pode, o velho DESMEMBRA o pai do guri, deixa ele pra morrer sem o menor remorso, ROUBA o sabre-de-luz dele e ainda tem a cara-de-pau de falar que "ooohhhh, seu pai queria que ficasse com você". Ok, talvez ele tivesse algum remorso, afinal, e por isso resolveu devolver o sabre ao herdeiro. Ou não. Vai saber. O véio era doido!

Um jovem Jedi de nome Darth Vader, que era um pupílo meu antes de se virar para o mal, ajudou o Império a caçar e destruir os Cavaleiros Jedi. Ele traiu e matou seu pai: ok, esssa provavelmente é a mentira mais famosa e clássica.

Vamos por partes:

  1. Darth Vader e o pai do guri são a mesma pessoa;
  2. Logo, ele não poderia ter matado a si mesmo, se não era hara-kiri;
  3. Quando Anakin assumiu o nome Darth Vader, ele já não era mais Jedi, tendo se tornado um Sith;

Velho incoerente da porra!

Somente os Stormtroopers são tão precisos: tenho que confessar - essa é a minha favorita. "Somente os Stormtroopers são tão precisos". Sei. Stormtroopers. Precisos. Tá. Conta outra. Stormtroopers... precisos? Então tá bom.

Estes não são os dróides que vocês estão procurando: mais uma prova da picaretisse desse velho safado. Aqueles ERAM os dróides que eles estavam procurando. Pobres Stormtroopers, já não basta serem mal pagos, terem uma droga de sindicato, não serem nem um pouco precisos, e ainda tem que cair na lorota de um Jedi caquético? Plu-eassse!

Certo, essa foi a parte I. Tem muito mais cascatas de onde essas vieram, mas ficam para o próximo artigo.

This is Sparta... NOT!

Reflexões sobre o físico nerd

Num mundo que virou de cabeça pra baixo, onde ser nerd virou algo cool, é preciso um esforço nosso, Nerds Velhos, para a educação das massas de neo-Nerds. E a primeira coisa que quero falar é que sou fundamentalista. Ser nerd não é só usar óculos de aro grosso e se obriga a decorar os nomes de alguns planetas do universo Star Wars. Tem que ser o pacote inteiro. Chega de Nerds de final de semana!
E o mundo nerd não passa pela porta de nenhuma academia de ginástica. Logo, barriga de Leônidas NÃO é físico que nerd apresente. O nerd legítimo só tem duas escolhas: Adiposo ou esquelético. E o principal: Se orgulha disso.
Nerd que é nerd não tem essa de querer ganhar as cachorras com o volume de seus músculos, mas com suas outras armas (inteligência, bom humor ou até mesmo obsessão - cada um cace com o que tem). E acreditem, funciona.
Portanto, pequeno Nerd, que ainda está na fase de tremer só em pensar na tal lixeira azul, assuma-se! Responda àqueles que acham que o padrão é Malhação:
- Barriga é físico de homem. Quem não tem barriga é menino.
- Se o homem não fosse pra ter barriga, tinha costela até embaixo.
- O acúmulo de gordura foi o que possibilitou à espécie humana deixar de ser nômade. Malhar é jogar no lixo todo o nosso esforço evolutivo.
Os magrelos de nossa equipe talvez possam contribuir para os nerds-saco-de-ossos com mais respostas. Mas o importante é parar de viadagem e se assumir enquanto ser anerdalhado.
Como brinde, segue o vídeo do Weird Al Yankovich, uma verdadeira aula de nerdice.


21 junho 2007

Sobre paternidade, Galactus e São Jorge

Se você, irmão nerd, tem ou pretende ter uma linhagem de sangue que não o envergonhe perante seus amigos, é importante que tome certos cuidados na educação do seu pequeno padawan. Eis um bom exemplo, uma conversa entre um nerd e seu filho. Dá até vontade de ser pai...

NOT!

19 junho 2007

Como aprendi a sentir saudade do medo de conhecer a lixeira

Lá pelo meio dos anos 90, com uns 12 anos, eu comprava o Homem-Aranha na banca em frente à escola e sentia meu rosto ruborizar a ponto de embaçar os óculos. Gostaria de dizer que isso acontecia por causa da ansiedade de ler as histórias, mas não era: eu ficava vermelho de vergonha de ser descoberto.
Na hora do intervalo, enquanto eu pensava em um jeito de ler a revista sem ser notado, o pessoal da minha sala se divertia fazendo uma roda e rindo das crianças que usavam roupas e tênis de marcas desconhecidas. Na época eu não sabia que isso era viadagem, então achava que o errado era eu. Acabava por passar o dia inteiro pensando no maldito gibi, resistindo bravamente em abri-lo, pelo menos até chegar em casa.

Somente durante o campeonato brasileiro as coisas eram fáceis. Como gostar de futebol era permitido, todos tinham o álbum de figurinhas, e eu não era exceção. Mas o meu álbum não era apenas um lugar para colar figurinhas, e sim um escudo perfeito para o que interessava: os quadrinhos. Era atrás daquele livro ilustrado, sob os olhares de reprovação de Toninho Cerezo, que eu conseguia ler o Aranha – mal podendo acreditar que estava fazendo aquilo em público, impunemente e à luz do dia.

Antes que alguém pergunte alguma coisa, deixa eu contar uma história rápida. Um dia, uma criança que eu não conhecia imitou o Lion gritando “Thundercats! Ôôôô!”, e os amigos, diante de tamanha afronta, acabaram por jogá-la no lixo – juro, era uma lixeira grande e azul. Pior do que o fato de na época ainda não existir coleta seletiva era o detalhe de que o sujeito devia ter uns dois anos a menos que eu.

E assim fui crescendo, passando de ano no colégio, e me formei na faculdade. E em algum momento que não consigo determinar, ler os quadrinhos deixou de ser vergonhoso. Virou cool. Na fila para alguns filmes de super-heróis que são tão ruins que nem eu tenho coragem de assistir, estão os mesmos caras que eu sabia que me jogariam no lixo se eu desse a chance.

Na faculdade, vi que meu conhecimento de quadrinhos era respeitado. E quando ainda tentava digerir isso, percebi algo ainda mais horrendo:

Atualmente, tem gente tentando se passar por nerd pra conseguir garotas!

Sem mais palavras.

Ao lado de outros senhores que, tenho certeza, já sentiram medo de ir pro lixo ao menos uma vez, criei esse site para ser, além de um banco de críticas e resenhas do mundo pop, o diário de uma geração perdida. Ou talvez morrer antes dos 10 posts iniciais.