03 julho 2007

Identidade Secreta

Olá, nerdaiada. Agora que já fizemos uns tópicos genéricos que podem ser degustados por semi-nerds, eu estou a fim de pensar questões mais profundas.


Eu adoro quando o acaso me dá de bandeja links óbvios. Essa semana eu tive um desses. Ontem eu acabei de ler as 87 revistas que já estão rolando traduzidas na Net e que fazem parte da Guerra Civil, o maior evento do ano na editora de Stan Lee e que começa a ser publicada em terras tapuias mês que vem. Até aí, nadavê. Mas por um acaso, eu emendei e comecei a ler a mini "Crise de Identidade", da DC, lançada em 2005. E aí percebi que um fio ligava as duas. As duas são sobre as identidades secretas, e isso nos mostra como as duas editoras lidam com o tema.

Antes de começar, preciso deixar claro que fui criado na escola da Marvel. Meus primeiros quadrinhos foram os do Homem-Aranha (até tenho uma teoria sobre isso, sobre a qual posso falar outra hora) e já devo ter colecionado todos os títulos da editora (menos Hulk, porque eu acho o "Golias Esmeralda" um tanto péla). Já minha relação com a DC sempre foi conturbada. Apesar de meu personagem favorito dos quadrinhos ser dessa editora, eu sou mais um da imensa legião que acha o Super Homem um porre e do seletíssimo grupo que acha o Batman um Zé Ruela. Acho que por isso, toda vez que a grana aperta, os títulos mensais da DC são os primeiros a serem limados de minha lista de compras.



Isso quer dizer que a "Guerra Civil" é muito melhor do que a "Crise de Identidade". Eu também pensei que seria. Mas estava enganado. Não vou ficar dando detalhes das tramas, mas posso dizer que a série da DC consegue, em 7 edições, mudar não só o futuro dos personagens como também a maneira como se enxerga o passado deles. Há um trabalho apurado para mostrar que mesmo os mocinhos tem que sujar suas mãos algumas vezes. O engraçado é que era exatamente essa a promessa da Marvel com sua saga. Porém, na Casa das Idéias, temos uma infinidade de Tie-Ins que acrescentam pouco ou nada, e uma lição de moral bastante controversa no final. Enfim, se tiver que gastar seus caraminguás, fique somente com as edições dos títulos "Guerra Civil" (que narra os principais eventos - mas só vale a pena até a quinta edição das sete totais), "Frontline" (que conta a Guerra no ponto de vista de dois jornalistas, e é bastante bacana até a penúltima - na última eles estragam meu herói - Ben Ulrich - o cara que me fez escolher a faculdade de jornalismo!) e "Homem Aranha". O resto, ignore. Passe longe do Quarteto Fantástico. Delete os Thunderbolts. Se você ainda vai ler, siga esse meu conselho.


Mas, se você já leu ou nem vai ler, veja esse comentário. Desse ponto em diante, eu posso falar alguns spoilers. Se quiser ler, marque o trecho, por sua conta e risco.

O final da saga é ridículo. O Capitão América praticamente assina o contrato que diz que sim, é preciso sacrificar a liberdade em nome de uma segurança controlada pelo governo. Odeio jogar política na equação, mas o que começou como um forte protesto contra as política pós-9/11 acaba com um sonoro "Eles estão com a razão". A postura do Capitão no último número da série contradizem tudo o que ele havia feito nas outras seis revistas, e que havia feito todo mundo admirá-lo por não ser simplesmente um soldado imbecil. Após a série, ele sofre um atentado e morre. Por causa do número #7 do Civil War, um monte de gente - inclusive eu - está torcendo para que ele permaneça assim (embora todo mundo saiba que não vai...). Em Frontline, vemos dois repórteres íntegros por toda a história da Marvel descobrir que todos os eventos da Guerra Civil haviam sido planejados por Tony Stark, que encheu as burras de dinheiro, virou diretor da S.H.I.E.L.D. e implementou suas idéias de registro para os super-seres. Ao invés de botarem a boca no mundo, ou ao menos tentarem e serem frustrados pelo poder de Stark, os dois vão lá e dão os parabéns ao latinha! Uma verdadeira apologia ao facismo (e não estou falando de concordar ou discordar com Bush, mas sim de um herói agir de maneira muito mais podre do que a maioria dos violões agem.) Enfim, é uma saga mal amarrada, que se causar alguma mudança no Universo Marvel é pra pior. Ainda mais que meu amigo Raphael Salimena disse que nos EUA já saiu uma história de que os Skrull teriam, há um tempo atrás, substituído alguns heróis e vilões. Não dou seis meses pra voltar tudo ao que era. A única coisa que realmente está valendo a pena na Casa das Idéias é o Universo Ultimate.

Se você não quer gastar seus cobres, aí vai um link pra baixar Civil War:

http://civilwar.4shared.com/

E um pra baixar "Crise de Identidade":

http://ptkomics.blogspot.com/2007/01/crise-de-identidade.html#links

Abraços!

8 comentários:

Anônimo disse...

você escreveu "violões" em vez de vilões no seu comentário.

Concordo integralmente com o que você escreveu.

Anônimo disse...

Comecei a ler quadrinhos pela DC. Aquela fase depois da Crise, qnd enxugaram o universo e começaram tudo de novo, foi a melhor. Hoje eles são um saco, mal consigo folhear as revistas. Depois de um tempo afastado, voltei a comprar revistas da Marvel. Mas atualmente, o único q me dá realmente tesão de ler é o Demolidor. Ter que engolir histórias como Thunderboltz ou Cavalheiro da Lua é demais!! Estava apostando minhas fichas na Guerra Civil.. mas se ela for mesmo uma merda - agora eu vou ler, pra criticar tmb - acho q retiro o meu time de campo no fim da saga e fico só com essas coletanias de histórias antigas q a Panini tem lançado. Há, bons tempos..

Rafael Saldanha disse...

Marcus, é o que dá escrever com insônia...

Manthis disse...

Acredito que a saga "Gerra Civil" foi simplesmente arquitetada para vender o autoritarismo.
Estou meio descrente com os rumos que estas sagas vem tomando, pois deixaram de ser geniais para serem simplesmente bossais.
Mas se for tirar a saga e ver apenas o aspecto gráfico, elas não deixaram de ser atraentes.

Anônimo disse...

Eu realmente não gostei do final. O Capitão América em questão de patriotismo sempre foi o maior bucha dos quadrinhos, mas nessa saga ele tava mais massinha e eu tava gostando até o merda se entregar. Viado.

E no final em que o Tony Stark é o arquiteto do "plano infalivel" foi realmenre brochante.

Eu gostei da participação do Aranha, e das historinhas do Justiceiro.







Tony Stark é um Skrull

Rafael Saldanha disse...

E o pior é que eu gosto dos Skrulls

febre disse...

Eu ainda não li a Civil War, mas esses comentários me fizeram pensar em não ler...

E sobre o Ultimate, eu tô curtindo bastante, mas acho um saco eles ficarem falando da guerra do Iraque como uma coisa boa, onde os heróis tem que ir ajudar, ficar pintando os inimigos como vilões...

Ainda bem que o Thor salva.

Anônimo disse...

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