Técnico da Seleção Brasileira, Presidente da República ou Mestre de RPG? Qual destes três ofícios é o que mais sofre pressão?
Como qualquer viciado em D&D, tenho certeza de que é o último.
Se as batalhas são mortais, o mestre é contra os jogadores; se são simples, não há emoção. Se a sessão é curta, “não deu nem pra esquentar”; se é longa, os jogadores têm que trabalhar na manhã seguinte.
Quando a aventura começa, todo o peso está sobre seus ombros: se deu certo (ou seja: se todos sobreviveram), o mérito é dos jogadores, porque interpretaram bem. Se deu errado (alguém morreu) a aventura foi mal estruturada.
É por isso que levanto a questão: depois de todo o trabalho, dificilmente somos recompensados - sempre tem um jogador pela-saco reinvindicando alguma babaquice.
Mas... o Mestre é o mestre. Ponto final. Se só o Galactus detém o poder cósmico - e o poder cósmico é tudo que você quer ter -, então o Mestre é aquele que mais se aproxima dos conceitos do pai do Enzo (se você não faz idéia do que estou dizendo, consulte o post “Sobre Galactus...”).
E, como detentores de tal poder, fica a pergunta: temos o direito de usá-lo? Eu digo que sim. De fato, devemos é abusar. E eu vou relatar um bom exemplo de como fazê-lo.
Inevitável
Uma vez passei duas horas trabalhando em uma aventura. Mapa, charada, batalhas... tudo foi perfeitamente estruturado. Daí, um jogador faltou à sessão e não avisou. Grupo pequeno, cancelamento imediato. Os outros jogadores reclamam (cancelar sessão é algo que não existe neste meio, vocês sabem), eu fico puto por ter que gastar a aventura sem todos os jogadores presentes, mas, mesmo assim, a sessão rola - tosca e tensa, mas rola.
Porém, o poder cósmico queima ao lado do d20 azul, e eu tenho pena de quem tenta sacanear o Mestre.
Na próxima sessão, o jogador faltoso recebe a seguinte notícia: “Magellan, na última aventura, você se voluntariou para ser o grande homenageado da Vila Fag - onde, em uma celebração pública, teve a honra de ser penetrado por um cabo de
O jogador fica puto, joga de cara fechada e você pensa: cara, ser Mestre dá trabalho, mas são momentos assim que me fazem querer continuar...
Em outros posts, contarei de outros abusos. Por enquanto, fique com o mapa-guia (atente-se para meu talento no Paint) da Aventura 15 - Inevitável.
10 comentários:
Tive a honra de presenciar a homenagem a Magellan, e fiquei emocionado. Um indivíduo notável!
Descreva a sala 6! O que tem lá? como é a porta? Eu entro, mato o bicho e já começo a tentar forçar a fechadura pra pegar o tesouro! Quanto tem dentro do baú? Hein!? Hein? hein!?
Poxa, nunca mais joguei D& D ... =(
Nao rola um PBE-mail ?
Se rolar me avisa.
Primeiro, gostaria de agradecer. Finalmente um blog que faz os nerds se sentirem representados.
Isto posto, digo que presenciei punição semelhante a um colega jogador, quando eu ainda jogava D&D (putz, faz uns 10 anos isso).
Por uma presepada qualquer, o mestre fez com que um pobre anão fosse forçado por ninjas a masturbar um gigante. Cena deplorável, mas apreciada por todos os outros do grupo, que já estavam de saco cheio do infeliz.
Caralho, o mestre dessa campanha dos ninjas é gênio!
Tem o caso do incrível jogador que faltou a mesa e foi morto, sufocado com sexo oral.
E eu que achava que era só nas nossas campanhas que essas coisas aconteciam...
Bem, se nas suas campanhas, tirar 20 no dado ao desferir um chute no saco também fazia o cidadão agredido cuspir as bolas, eram mestres bem parecidos.
Aliás, por essas coisas, nossa turminha era sempre meio odiada pelos outros nerds nas poucas convenções/encontros aos quais fomos...
Caraca, reverndo...
Esse mestre é bem hardcore!
Mas isso que me é tão divertido no D&D :P
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