24 junho 2007

O Inebriante poder do Mestre: temos esse direito?

Técnico da Seleção Brasileira, Presidente da República ou Mestre de RPG? Qual destes três ofícios é o que mais sofre pressão?

Como qualquer viciado em D&D, tenho certeza de que é o último.

Se as batalhas são mortais, o mestre é contra os jogadores; se são simples, não há emoção. Se a sessão é curta, “não deu nem pra esquentar”; se é longa, os jogadores têm que trabalhar na manhã seguinte.

Quando a aventura começa, todo o peso está sobre seus ombros: se deu certo (ou seja: se todos sobreviveram), o mérito é dos jogadores, porque interpretaram bem. Se deu errado (alguém morreu) a aventura foi mal estruturada.

É por isso que levanto a questão: depois de todo o trabalho, dificilmente somos recompensados - sempre tem um jogador pela-saco reinvindicando alguma babaquice.

Mas... o Mestre é o mestre. Ponto final. Se só o Galactus detém o poder cósmico - e o poder cósmico é tudo que você quer ter -, então o Mestre é aquele que mais se aproxima dos conceitos do pai do Enzo (se você não faz idéia do que estou dizendo, consulte o post “Sobre Galactus...”).

E, como detentores de tal poder, fica a pergunta: temos o direito de usá-lo? Eu digo que sim. De fato, devemos é abusar. E eu vou relatar um bom exemplo de como fazê-lo.

Inevitável


Uma vez passei duas horas trabalhando em uma aventura. Mapa, charada, batalhas... tudo foi perfeitamente estruturado. Daí, um jogador faltou à sessão e não avisou. Grupo pequeno, cancelamento imediato. Os outros jogadores reclamam (cancelar sessão é algo que não existe neste meio, vocês sabem), eu fico puto por ter que gastar a aventura sem todos os jogadores presentes, mas, mesmo assim, a sessão rola - tosca e tensa, mas rola.

Porém, o poder cósmico queima ao lado do d20 azul, e eu tenho pena de quem tenta sacanear o Mestre.

Na próxima sessão, o jogador faltoso recebe a seguinte notícia: “Magellan, na última aventura, você se voluntariou para ser o grande homenageado da Vila Fag - onde, em uma celebração pública, teve a honra de ser penetrado por um cabo de 12 centímetros de diâmetro por todos os 452 habitantes enquanto amarrado a um poste na Praça Central. Hoje, seu ânus dói e sua armadura tem um brilhante arco-íris desenhado.”

O jogador fica puto, joga de cara fechada e você pensa: cara, ser Mestre dá trabalho, mas são momentos assim que me fazem querer continuar...

Em outros posts, contarei de outros abusos. Por enquanto, fique com o mapa-guia (atente-se para meu talento no Paint) da Aventura 15 - Inevitável.

10 comentários:

Raphael Salimena disse...

Tive a honra de presenciar a homenagem a Magellan, e fiquei emocionado. Um indivíduo notável!

Rafael Saldanha disse...

Descreva a sala 6! O que tem lá? como é a porta? Eu entro, mato o bicho e já começo a tentar forçar a fechadura pra pegar o tesouro! Quanto tem dentro do baú? Hein!? Hein? hein!?

Breno disse...

Poxa, nunca mais joguei D& D ... =(

Nao rola um PBE-mail ?

Se rolar me avisa.

Reverendo Thomas Heat disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Primeiro, gostaria de agradecer. Finalmente um blog que faz os nerds se sentirem representados.

Isto posto, digo que presenciei punição semelhante a um colega jogador, quando eu ainda jogava D&D (putz, faz uns 10 anos isso).

Por uma presepada qualquer, o mestre fez com que um pobre anão fosse forçado por ninjas a masturbar um gigante. Cena deplorável, mas apreciada por todos os outros do grupo, que já estavam de saco cheio do infeliz.

Anônimo disse...

Caralho, o mestre dessa campanha dos ninjas é gênio!

Anônimo disse...

Tem o caso do incrível jogador que faltou a mesa e foi morto, sufocado com sexo oral.

Anônimo disse...

E eu que achava que era só nas nossas campanhas que essas coisas aconteciam...

Anônimo disse...

Bem, se nas suas campanhas, tirar 20 no dado ao desferir um chute no saco também fazia o cidadão agredido cuspir as bolas, eram mestres bem parecidos.

Aliás, por essas coisas, nossa turminha era sempre meio odiada pelos outros nerds nas poucas convenções/encontros aos quais fomos...

Anônimo disse...

Caraca, reverndo...

Esse mestre é bem hardcore!

Mas isso que me é tão divertido no D&D :P