28 agosto 2007

As Crônicas de Artur: O Rei do Inverno

Não tenho o hábito de escrever análises literárias (na verdade, essa é a minha primeira), mas dessa vez me senti compelido. Apesar de eu ler com uma certa frequência, fazia tempo que não tinha em mãos um livro tão bom e tão envolvente, e que me desse tanto prazer de ler.

"O Rei do Inverno", de Bernard Cornwell, é o primeiro volume de uma trilogia, Crônicas de Artur (The Warlord Chronicles), bem conhecida até, mas que até então não havia tido a oportunidade de ter em mãos. A contra-capa do livro o vende como o relato mais preciso e históricamente acurado da figura do Rei Artur - o que é não é bem assim. Sim, o livro é o retrato mais "realista" da lenda de Artur (que existem indícios de ter existido), mas o próprio autor admite as liberdades criativas que toma, nas últimas páginas do livro, como anacronismos deliberados ou inclusão de personangens fictícios.

Como realista, entenda-se a ausência da parte "fantasia" da história. Sim, temos Merlin, que é um druida temido e sábio. Mas não existe mágica de verdade: Cornwell usa o ponto de vista do narrador da saga para causar a sensação de que feitiços poderosos são invocados, mas se têm algum efeito, conseguimos ver claramente que é por truque ou coincidência, embora o narrador acrescente paixão ao relato, como se realmente estivesse acreditando nos poderes místicos.

Aliais, o narrador em si é um ponto muito interessante da obra. Embora o foco da saga seja Artur e a Britânia do seu tempo, ela acaba mais centrada nesse narrador, Derfel Cadarn, guerreiro e amigo de Artur. Derfel conta os eventos que leveram seu senhor a retornar ao reino de Dumnônia, conta como começou a lutar a seu lado, mas existem várias passagens distantes de Artur, só Derfel. O que não é um defeito, pois o próprio narrador é um personagem fantástico, e de grande importância aos eventos.

Por falar em personangens, belo trabalho de Cornwell nesse aspecto: todos são excelentes, bem desenvolvidos, e humanos, embora o autor tenha incluído alguns twists... Lancelot, por exemplo, que é tido como um fiel e bravo cavaleiro nas outras versões da saga, aqui é um covarde, com o poder da manipulação, que suborna bardos e poetas para inventarem grandes feitos seus, transformando-se num grande herói só com o poder da palavra. Artur, que nunca chega a ser realmente coroado rei, mas assume o governo da Dumnônia enquanto protege o rei infante, embora justo e honesto, não possui aquela aura do herói perfeito - comete erros, e praticamente sozinho provocou uma guerra sangrenta entre os reinos... e o melhor personagem, infelizmente, é o que aparece menos: o próprio Merlin, sábio, genial, ora arrogante, ora egoísta, mas sempre aparecendo de forma triunfal e fazendo brilhar todos os seus momentos.

A narrativa de Cornwell é apaixonante e cativante, dá pra ler umas duzentas páginas de uma tacada só (foi o que eu fiz, com as últimas páginas do livro). O relato é brutal e violento, como provavelmente realmente foi a Idade da Trevas, e mesmo os personanges que temos como "bons", nem sempre fazendo que seria moralmente correto hoje, mas foi moralmente correto naquela época.

Enfim, uma das melhores coisas que eu li em um bom tempo, e já iniciei a leitura da segunda parte ("O Inimigo de Deus").

20 agosto 2007

A Santa Ceia cover

Uma coletânea de versões da Santa Ceia. Uma homenagem anacrônica à festa mais famosa de todos os tempos.





17 agosto 2007

Preparem-se para a Guerra de robôs! (Agora no Mundo Real)

E parece que a criatividade na guerrilha urbana acabou: o exército americano está apelando para robôs teleguiados e armados para a boa e velha "vigilância" no Iraque. Certo, isso parece coisa do Cocadaboa, mas até aqui não posso negar que as fontes são confiáveis. De acordo com matéria da Wired, a meca da cibercultura, e endossada por um vídeo (logo abaixo) do Discovery Channel, estão sendo utilizados três robôs teleguiados em campo de batalha.

O bichinho, com o nome singelo de S.W.O.R.D.S., é equipado com cinco câmeras, fuzis automáticos, anda como um tanque e lembra até o simpático robozinho de filmes do anos 80, o Johnny 5 (tirando a simpatia). Não podemos esquecer que os acessórios podem variar: uma bazuca ou um lançador de granadas no lugar do fuzil. Ele serve ainda para desarmar minas terrestres (função original) e anda até debaixo d'água - um primor de utilitário.

Agora, o que me perturba profundamente, é a falta de cultura desse povo da engenharia robótica e afins. Será que eles nunca assistiram Robocop? será que eles nunca ouviram falar Exterminador do Futuro? Blade Runner? Eu Robô? Matrix?!? É claro que isso vai dar merda, óbvio como dois e dois são quatro. A matéria da Wired conta:
"As máquinas tiveram uma tendência girar fora do controle de tempos em tempos. Aquilo era uma perturbação durante missões de manipulação; ninguém queria contemplar as conseqüências durante uma troca de fogo."
Agora, em compensação, os viciados em Counter-Strike vão dizer para suas mães: "viu, eu não disse que não era tempo perdido?" Alías, esse post devia levar a tag empregos.


Gracias: Governabilidade

14 agosto 2007

John Howe, o artista da trilogia 'Senhor dos Anéis'


Para quem curte artes gráficas (independente dos filmes) esse cara é uma referência importante. Nascido no Canadá e hoje morando na Suíça, ele desenha cenas do livro Senhor dos Anéis desde os dezesseis anos, em trabalhos majoritariamente de aquarela. Ele deu uma entrevista (em inglês) excelente para a LCS, que está recheada de imagens do cara.

Se não souber inglês vale ao menos pelas imagens.

12 agosto 2007

G.I. Joe!

Os nerds com mais de vinte-e-cinco anos (meu caso), com certeza irão lembrar de um desenho da década de 80, que passava no show da Xuxa, baseado na melhor linha de brinquedos da história da humanidade (pelo menos enquanto a gente é criança), Os Comandos em Ação. O que eu não lembro muito bem, mas parece que existia, era uma série de Public Service Announcements, com os personagens do cartoon apresentando mensagens educativas para as crianças. Não sei se passava no fim do episódio, ou se esses clips só existiam lá fora.

Mas na verdade estou querendo chegar é aqui: o que acontece quando esses P.S.A.s caem na mão de alguém com muito tempo livre e pouca sanidade mental? O resultado está na compilação de vídeos que vocês veêm mais abaixo. O cara redublou esses anúncios, para fazer paródia, mas usando um tipo de humor absurdamente nonsense (meu tipo de humor predileto). Eu achei a coisa mais engraçada a surgir na internet em muito tempo, ainda sinto dores na barriga causadas pelo excesso de gargalhadas... mas vale lembrar a vocês antes que eu tenho um senso de humor absolutamente bizarro - eu não acho a menor graça no Borat, por exemplo. Vejam por sua própria conta e risco.

"Don't give him the stick! Don't give him the stick!"


08 agosto 2007

Heróis da ciência

Lembrando que o primeiro item do nosso top 10 Nerd Wannabe, fiquei procurando alguma coisa que se encaixasse. Bom, não achei nada que chegasse perto na imensidão da internet (não que acredite que não exista), mas se considerarmos que isso significa, em última instância, que queremos ter superpoderes, não estamos tão distantes assim. Calma, não se animem demais, ninguém vai sair soltando raios pelos olhos ou qualquer coisa desse tipo, mas a ciência avança a passos largos.

Duas coisas realmente me interessaram. A mais recente, é invenção de uns ingleses, trata-se de um dispositivo pequeno, parecido com um pião, que flutua. Isso mesmo, prezados, agora eles finalmente estão prontos para as plataformas voadoras e todas essa coisas que podemos resgatar da cultura sci-fi. De acordo com a matéria de onde fiquei sabendo disso, eles parecem realmente voltados para isso.

A outra coisa, be mais antiga, é ainda mais legal: inventaram uma capa invisível. Bem, na verdade parece mais uma jaqueta com capuz, mas tem uma foto na matéria que, apesar de umas certas falhas, mostra que o negócio é real e a intenção era construir paredes que só fossem visíveis de um lado. E isso foi em 2004 no Japão, imagina como isso não deve ter avançado hoje. Lembrei na mesma hora que quando tinha oito anos, meu sonho era ter uma pra poder entrar no vestiário feminino.

Bom, agora estou quero óculos de visão raio-x e a armadura do homem de ferro.

05 agosto 2007

Para não se perder na Internet II

Bom, parece que aquele monte de mapas gringos que falei semana passada deu repercussão aqui no Brasil. Ao menos foi feito por um dos cara mais competentes pra isso, o Dahmer. Então, com vocês, o Grande Mapa Dahmer da Blogosfera Brasileira.